Se fossemos discutir sobre qual seria o melhor estilo musical, nós provavelmente discordaríamos um do outro, já que cada um possui seu gosto musical. Porém eu tenho certeza que, se fossemos discutir sobre qual o valor/importância da música em nossas vidas, todos iriamos concordar que a música é algo imprescindível e não pode ser substituída.
Todos gostamos de ouvir música, independente do momento e é inegável que elas mexem com a gente.
Mas será que a música só é algo que gostamos ou ela também é algo que traz benefícios visíveis para nós?
A universidade de Harvard fez uma pesquisa sobre a música e os resultados provaram que a música possui um forte poder sobre nós.
Então vamos dar uma olhada no que eles falaram?
Primeiramente eles fizeram um estudo envolvendo ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons para ver como o cérebro se comportava ao ouvir uma música e tal estudo sugeriu que as redes nervosas em diferentes partes do cérebro são as principais responsáveis pela decodificação e interpretação de várias propriedades da música.
Por conseguinte, as partes destacadas no estudo são o lobo temporal direito, como sendo responsável por perceber os tons, a melodia, os acordes e a harmonia e o centro proximal do lobo temporal, sendo o responsável pela decodificação do timbre, ou seja, ele que nos permite distinguir entre diferentes instrumentos que estejam tocando a mesma nota. Já o cerebelo é quem processa o ritmo e os lobos frontais são os responsáveis por interpretar o conteúdo emocional da música, o que prova que a música mexe com várias partes do nosso cérebro, explicando o porquê de ela ter tanta influência sobre nós, podendo até mudar o nosso humor. Desse modo, uma música que foi arquitetada bem o suficiente para mexer conosco, pode iluminar o “centro de recompensa” do nosso cérebro, o fazendo agir de maneira muito parecida ao reagir a estímulos prazerosos como o álcool ou o chocolate.
Além de explicar como o cérebro se comporta diante da música, os estudiosos de Harvard apresentaram estudos feitos com diversos pacientes em diversas situações, para ver a influência da música na nossa saúde, focando na pressão arterial, nos batimentos cardíacos e na liberação de hormônios.
Dentre esses estudos, há o que foi feito com 10 pacientes pós-operatórios gravemente enfermos, em que a música foi usada com o intuito de reduzir a resposta ao estresse, mesmo quando os pacientes não estavam conscientes. Todos os pacientes estavam recebendo o potente sedativo propofol por via venosa, para que pudessem ser mantidos em aparelhos de respiração na unidade de terapia intensiva (UTI). E para que o estudo fosse realizado, metade dos pacientes foram aleatoriamente designados para usar fones de ouvido que tocavam músicas lentas no piano das sonatas de Mozart, enquanto a outra metade usava fones de ouvido que não tocavam música. Enfermeiros que não sabiam quais pacientes estavam ouvindo música relataram que aqueles que ouviam música exigiam significativamente menos propofol para manter uma sedação profunda do que aqueles que usavam fones de ouvido silenciosos. Além de que, aqueles que estavam ouvindo música também apresentaram pressão arterial e frequência cardíaca mais baixas, bem como níveis sanguíneos do hormônio do estresse, adrenalina e da citocina interleucina-6, promotora da inflamação.
Tal estudo evidenciou que a música tem poder sobre a nossa saúde física, podendo ajudar na recuperação de pacientes pós-cirúrgicos, por exemplo. Mas além de ajudar na saúde física, ela pode melhorar a saúde mental.
Um estudo de 2006, feito com 60 adultos com dor crônica descobriu que a música era capaz de reduzir a dor, a depressão e a incapacidade. Já um estudo feito em 2009, descobriu que a música pode ser um bom combatente contra a insônia, por poder melhorar a qualidade do sono em pacientes com distúrbios do sono. Sendo que, as músicas de Bach foram recomendadas para ambos os casos.
Ou seja, a música é uma boa aliada da nossa saúde, podendo nos ajudar em tarefas rotineiras e até a relaxar após um dia extremamente estressante, abaixando o nível de cortisol no nosso sangue e diminuindo nossos batimentos cardíacos. E além de nos auxiliar em tarefas mais simples, elas são fortes aliadas no tratamento de pessoas autistas, depressivas, portadores de Alzheimer, portadores de Parkinson, entre outras, as quais são tratadas através da musicoterapia.
Então para concluir, vamos destacar os principais benefícios da música para saúde.
• É bom para o coração.
Pois pode reduzir a frequência cardíaca, diminuir a pressão arterial e liberar serotonina, que, dentre suas muitas funções, é um regulador do ritmo cardíaco.
• Melhora o humor.
A música pode aumentar a produção cerebral da dopamina, a qual influência nas nossas emoções e consequentemente no nosso humor. Além de que o aumento na produção de dopamina ajuda a aliviar sentimentos de ansiedade e depressão, já que esse neurotransmissor tem ação no nosso sistema de recompensa, que é responsável por nos dar a sensação de prazer.
Ademais, a música é processada diretamente pela amígdala cerebral, que é a parte do cérebro envolvida no humor e nas emoções, podendo alterá-los.
• Reduz o estresse.
Pois a música pode reduzir os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e liberar endorfina (hormônio do bem estar).
• Ajuda na recuperação de pacientes pós-cirúrgicos.
Pois diminuí a pressão arterial, a frequência cardíaca, os níveis hormonais do cortisol, da adrenalina e da citocina interleucina-6, promotora da inflamação.
• Estimula a memória.
Não há cura para a doença de Alzheimer, mas a musicoterapia demonstrou aliviar alguns de seus sintomas. A música, como foi dito anteriormente, é processada por várias portes do cérebro, como por exemplo o córtex frontal e o hipocampo, partes também ligadas à memória. Desse modo, a música estimula a memória, pois ela fornece um ritmo e uma rima e, às vezes, uma aliteração que ajuda a desbloquear essa informação com pistas. Isto é, a estrutura da música que nos ajuda a lembrá-la, assim como a melodia e as imagens que as palavras provocam. Ou seja, se você passar a estudar ou a trabalhar ouvindo música (uma música que não te atrapalhe ou te distraia), é mais provável que você lembre do que foi visto durante aquele momento, pois a música que foi ouvida será lembrada e com ela será lembrada as coisas vistas naquele momento, através de um fenômeno chamado “ativação por propagação”, em que a ativação de uma memória desencadeia a ativação de memórias relacionadas.
Agora que você já sabe que a música só irá te beneficiar, o que você acha de ir escutar algumas?!